quinta-feira, 2 de novembro de 2017

"ESPERANDO GODOT"; SAMUEL BECKTT - EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS



Expoente do Teatro do Absurdo, escrita em 1949 e levada aos palcos pela primeira vez em 1953, Esperando Godot é uma tragicomédia em dois atos que segue desafiando público e crítica. Na trama, duas figuras clownescas, Vladimir e Estragon, esperam por um sujeito que talvez se chame Godot. Sua chegada, que parece iminente, é constantemente adiada. Em um cenário esquálido — uma estrada onde se vê uma árvore e uma pedra —, Beckett revoluciona a narrativa e o teatro do século XX. 



TRECHOS E FRASES:


"Eis o homem: Jogando no sapato a culpa dos pés."


"Vladimir: Você devia ter sido poeta.
  Estragon: E fui. (Indicando os farrapos com um gesto) Não está na cara?"


"Quanto mais gente conheço, mais feliz eu fico. Até da mais humilde das criaturas nós nos despedimos mais sábios, mais ricos, mais seguros de nossas bençãos."


"As lágrimas do mundo são em quantidade constante. Para cada um que irrompe em choro, em outra parte alguém para. com o riso é a mesma coisa."


"O que poderia fazer, digo a mim mesmo, para que o tempo lhes pareça menos arrastado? Dei lhes ossos, falei disto e daquilo, troquei em miúdos o crepúsculo, são favas contadas. Mas será que basta, é a questão que não cala, será que basta?"


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

"NA MINHA PELE"; LÁZARO RAMOS - EDITORA OBJETIVA


Como escreve o próprio Lázaro este livro não é uma biografia. Trata-se de uma leitura bastante interessante que fala de forma abrangente sobre preconceito e discriminação racial, com uma base de pesquisa ampla e extensa (incluindo suas próprias vivências). Vem trazendo uma proposta de maior observação e vigilância na nossa conduta em relação ao outro.

Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. 
Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos de sua vida e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. Não se pode abraçar a diferença pela diferença, mas lutar pela sua aceitação num mundo ainda tão cheio de preconceitos. 


TRECHOS E FRASES: 


"Para crescer, o Brasil precisa potencializar seus talentos, e o preconceito é um forte empecilho para que isso aconteça."


"A linha que costura este livro é a minha formação sobre esse tema, mas que, no fundo, é só um artifício para falar de todos nós."


"Toda boa viagem começa numa ilha, pelo menos pra mim. Amo as ilhas como amo me lembrar das mãos da minha mãe."


"Na ilha, o conceito de beleza era o nosso. Cresci com minha mãe e minhas tias dizendo que eu era lindo. Não tinha ideia se seria discriminado ou se as minhas escolhas ficariam mais difíceis por causa da cor da minha pele. O que eu entendia eram as limitações de uma família com pouco dinheiro."


"Por isso, digo sempre aos meninos e meninas que têm origem parecida com a minha: não há vida com limite preestabelecido. Seu lugar é aquele em que você sonhar estar."


"Minha mente entorta quando penso no tanto que a mentalidade escravagista ainda molda as relações patrão / empregado."


"Às vezes, para ser mito, basta fazer silêncio e a cara certa."


"Entretenimento e reflexão andam juntos."


"Mas quem é negro como eu sabe que a cor é motivo de discriminação diária, sim."


"O orgulho de minhas origens, porém, não se sobrepôs a um grande ensinamento que recebi em casa: o de não estimular a separação."


"Nomear é importante, é um exercício para não perdermos os atributos que nos distinguem, para provocar empatia com o outro. Um simples nome - como Cláudia - pode revelar a dimensão humana de alguém, gerando empatia e, consequentemente, valorização."


"Quase sempre, percebia que eu era o único negro dentro de um bar ou de um restaurante. Assim como no colégio, eu era a exceção."


"Antes de tudo, tinha certeza de que não precisava falar o tempo todo de discriminação. Não queria ser chato, queria apenas ser ouvido.
[...] Nunca em tom agressivo. A delicadeza era consciente mesmo. Foi o caminho que achei, não sei se melhor ou pior, mas foi o que era possível para mim. Quanto mais o tempo passava, mais eu sentia que eles prestavam atenção no que eu falava. Eu não estava fazendo uma panfletagem explícita. Hoje em dia de vez em quando, acho importante falar para incomodar. Mas naquele momento, decidi que existiam questões que não precisavam ser ditas, tinham de ser pensadas."


"E assim se desenvolveu uma carreira cujas informações você pode acessar em blogs, sites e entrevistas. O que não está disponível nesses lugares é algo que permaneceu comigo durante todo esse tempo, algo sensorial e difícil de descrever com palavras. Os desafios de ascender socialmente e se inserir em outra realidade sendo uma exceção."


"Mas não me desfaço da frase, ainda acredito que o lugar de cada um é aquele onde ele deseja estar."


"Quando nos prendemos muito a esse elogio da história pessoal ("ela veio da favela e conseguiu"), corremos o risco de dizer que o outro não conseguiu porque não quis, e isso não é verdade."


"Precisamos ter nossos registros, principalmente porque nossa cultura é muito oral e foi desprezada por décadas e mais décadas pelos que escrevem oficialmente a história."


"Nem tudo na vida é organizadinho e óbvio. A questão racial nos afeta sem às vezes nos darmos conta. Todo mundo conhece alguém que foi discriminado, mas numa roda ninguém levanta a mão para se dizer racista."


"Inundar uma criança com referências positivas sobre seu lugar no mundo é o primeiro passo para aumentar sua autoestima."


"A ideia da raça negra como sinônimo de degeneração parece ter perdurado."


"A equação não é simples, o fato de inserir o negro de forma positiva na mídia não significa que a sociedade o aceitará melhor."


"A escravidão mantinha de forma clara o papel de cada um na sociedade. Foi quando a escravidão começou a dar sinais de que iria terminar que o negro passou a ser uma preocupação."


"A imagem do negro ainda está muito ligada à pobreza. Então, em parte, há uma certa resistência do ponto de vista mercadológico a colocar negros em propagandas. E outra coisa é que a publicidade, do ponto de vista cultural, reflete as relações hierárquicas presentes na sociedade. Enquanto o negro for excluído e discriminado em todos os setores, não será maioria nos comerciais de TV, outdoors e anúncios de revistas e jornais. A publicidade não virá como elemento de vanguarda que vai mudar a imagem do negro perante a mídia. Ela vai mudar à medida que a sociedade for mudando sua resistência em relação ao negro."


"Muitas vezes o racismo faz com que a gente não trilhe nosso caminho e comece a pautar nossas ações pela demanda do preconceito. Às vezes não seguimos adiante porque paramos nos limites impostos pela sociedade, e nós temos que caminhar mais, temos que entender a complexidade das coisas, das pessoas, temos que ter liberdade. Até onde isso é uma ação ou uma resposta ao preconceito? Estou buscando a liberdade ou respondendo aos limites que o racismo me impõe? Quero crer que escolhi uma maneira de não viver pela demanda do racismo. Ao não aceitar caixas que seriam mais facilmente adaptáveis, busco a libertação."


"Olhar para o outro co desejo, potencializar o afeto por meio do toque, tudo isso traz autoestima e conforto. A morte pela solidão, por não receber um olhar de carinho, de desejo, é trágica."


"Exercite o olhar, sem preconceber nada."




Vídeo citado no livro:


Os efeitos do racismo em crianças.
O "teste de boneca" é uma experiência psicológica projetada na década de 1940 nos EUA para testar o grau de marginalização sentida por crianças afro-americanas causadas por preconceitos, discriminação e segregação racial. Dado o aumento considerável do fenômeno da migração na Europa nos últimos anos, decidimos recriar o teste com crianças italianas. Na verdade, milhares de migrantes pousam todos os anos na costa do Mediterrâneo em busca de um futuro melhor, alguns para melhorar suas condições econômicas, outros são refugiados políticos, fugindo de zonas de guerra, discriminação e às vezes perseguição étnica, religiosa ou política. 2015 foi considerado o ano da "invasão" que ameaçou acabar com os equilíbrios sociais, econômicos e culturais na Europa. A vigilância cada vez mais estreita das fronteiras e fronteiras poderia determinar, no entanto, um risco para aniquilar definitivamente qualquer possibilidade de diálogo ou integração. Em todos os países europeus vivem muitos migrantes de segunda, terceira e quarta geração, que agora são cidadãos de pleno direito dessas nações, como essas crianças italianas. No entanto, para muitos, eles permanecem "diferentes", "estrangeiros", uma definição perigosa que, nos últimos tempos, poderia ser conjugada de forma ilegítima com o fenômeno do terrorismo. Sem uma séria mudança política e social em perspectiva, corremos o risco de distorcer perigosamente a percepção que temos dos outros e a percepção de que os outros têm de si mesmos.


"NÃO SERÁ EM 2012"; GERALDO LEMOS NETO



Não estamos entregues à fatalidade nem predeterminados ao sofrimento, mas diante de uma encruzilhada do destino coletivo que nos une à nossa casa planetária, aqui na Terra. Temos diante de nós dois caminhos a seguir. O caminho do amor e da sabedoria nos levará à mais rápida ascensão espiritual coletiva. O caminhodo ódio e da ignorância acarretar-nos-á mais amplo dispêndio de séculos na reconstrução material e espiritual de nossas coletividades.

Este livro contém artigos publicados no jornal Folha Espírita, e tem por finalidade divulgar o que o maior médium da história humana - Chico Xavier - revelou sobre a data-limite do velho mundo.

Geraldo Lemos Neto conta tudo o que ouviu do médium sobre o assunto, em1986. Marlene Nobre relembra a entrevista de Chico à Folha Espírita, em1992, com revelações sobre o papel do Brasil na Nova Era.

Saíram a campo por um dever de consciência, e creem poder contribuir, embora modestamente, para o alerta que se faz necessário aos irmãos da Casa Planetária, quanto à responsabilidade individual e coletiva na manutenção da Paz - única condição de ascensão espiritual para a humanidade.



TRECHOS E FRASES:



"Mudando nossa forma de pensar, poderemos aumentar nosso senso de integração com o Universo e, consequentemente modificar nossa realidade" - Malkun


"Muita coisa vai mudar na nossa galáxia. Nesse próximo ciclo cósmico, as atividades do Sol vão sofrer grandes modificações, devido a trajetória que vai percorrer. Como consequência, a temperatura da Terra vai aumentar e haverá elevação do nível do mar devido ao derretimento do gelo nas montanhas e nas calotas polares. As correntes marítimas sofrerão alterações, e o clima, nas várias regiões do planeta, vai passar por mudanças dramáticas. A Terra vai receber mais energia do Sol e do centro da galáxia, elevando o nível de nossa energia vital e acarretando mudanças na nossa mente, com consequentes mudanças nas nossas crenças e na nossa realidade."


"Quanto as profecias, Emmanuel acentua as profundas transformações pelas quais o globo passará, mas pede-nos discernimento para não nos atermos às convulsões físicas de natureza espetacular, que, certamente, ocorrerão detendo-nos, em especial, na renovação moral, que é essencial, à nossa evolução. Dá ênfase ao cultivo das lições de Jesus em nossos atos, para que possamos herdar nossa Casa Planetária. Tendo em vista a gravidade da hora presente e a nossa responsabilidade na construção de um mundo melhor..."


"É importante saber que, de todas as etapas pelas quais passou, o nosso planeta, nestes últimos 260 mil anos, sofreu grandes transformações com o desaparecimento, a cada 28 mil anos, de quatro grandes civilizações, sendo as duas últimas a lemuriana e a atlântida. No presente momento, está em vias de sofrer novos cataclismos, com o final de ciclo de 28 mil anos. Quanto ao desaparecimento completo da Atlântida, o mentor fornece dados preciosos, confirmando que as últimas ilhas habitadas pelos remanescentes daquela grande civilização afundaram de vez há 9 mil ou 10 mil anos antes da Grécia de Sócrates, o que corresponde a cerca de 12,5 mil anos dos nossos dias."


"... recomenda-nos nosso Orientador Espiritual (Emmanuel) um interesse mais efetivo para a fixação de valores morais em nossa personalidade terrena, de conformidade com os padrões estabelecidos no Evangelho de nosso Divino Mestre. Porque, se, para nossa inteligência, os fenômenos renovadores da existência, que nos cercam, têm qualquer coisa de sensacional, de surpreendente, nosso coração deve inclinar-se, humilde, diante da Majestade do Senhor; que nos concede tantas oportunidades de trablho, em nós mesmos (...)"


"Segundo nosso Benfeitor, devemos permanecer fiéis a Deus, em qualquer circunstância, mesmo nas mais adversas."



quinta-feira, 21 de setembro de 2017

"VIVER EM PAZ PARA MORRER EM PAZ"; MÁRIO SÉRGIO CORTELLA - EDITORA PLANETA


Neste livro o filósofo e escritor Mario Sergio Cortella discorre sobre assuntos importantes na nossa trajetória de vida. 

Não é ser famoso e nem acumular coisas e propriedades, em uma obsessão consumista. Importante é ser importante para alguém, ou seja, fazer falta para alguém.

Como na filosofia em si Cortella nos faz questionar sobre o sentido real da vida e seus valores.

Leitura recomendadíssima!


TRECHOS E FRASES:



"Afinal, viver em paz não é viver sem problema, sem encrenca, sem dificuldade. Viver em paz é viver com a certeza de que não está vivendo de forma morna!"


"Fazer falta significa que eu tenha ficado nas pessoas."


"O que apequena a vida? O desperdício de convivência, a incapacidade de ter algo que não seja superficial, a possibilidade de esquecer as noções importantes de vida que são: fraternidade, solidariedade, amorosidade."


"... pouca coisa é mais perigosa na existência do que o óbvio, essa âncora que paralisa o pensamento e induz à falsidade, à distorção, ao erro."


"Todo conhecimento e todo avanço vão contra o óbvio, contra tudo aquilo que ancora, que evita o progresso e o desenvolvimento humano. Sim, mudar é complicado, pois a mudança é contrária à imobilidade - e a imobilidade diversas vezes se esconde por trás da máscara traiçoeira da coerência. Os melhores artistas não são coerentes. São a antítese do óbvio... Há muitas maneiras de fugir do óbvio, e os melhores artistas são especialistas nisso."


"Nós nascemos crus e vamos nos fazendo."


"Dos vários modos que existem para aprender a viver melhor, um dos que mais aprecio é a escrita. Para escrever, é preciso pensar. Para escrever bem, é preciso pensar bem. Escrever ajuda a elaborar o mundo. A escrita tem funções que muita gente não imagina; é útil nas situações mais diversas e inusitadas. A humanidade faz isso há séculos: para espantar seus fantasmas, ela escrever."


"... o conflito é inerente à convivência humana - conflito é uma divergência de posição, de postura, de ideias, de atitudes. Conflitos são inevitáveis. O que não pode acontecer é que o conflito se transforme em confronto, que vem a ser a tentativa de anular o outro. Uma guerra nunca é um conflito; é sempre um confronto."


"A coerência contínua é sinal de loucura - uma das maiores características da loucura é nunca ter dúvidas, é pensar como faz e fazer como pensa."


"Convicção absoluta é loucura plena. Quem não tem dúvida faz sempre do mesmo modo. Quem tem dúvida se inova, se reinventa."


"Na vida, nós devemos ter raízes, e não âncoras. Raiz alimenta, âncora imobiliza."


"Nostalgia é uma lembrança que dói, saudade é uma lembrança que alegra."


"Flexível é aquele que muda quando considera adequado mudar. Volúvel é aquele que muda por qualquer coisa. A nostalgia é a tristeza da mudança que conduz ao crescimento."


"Não é o erro, é a correção do erro que ensina."


"Para lidar com mudanças, você precisa, sobretudo, prestar atenção nas pessoas."


"Prestar atenção no outro de maneira sincera, eis um aprendizado que devemos procurar desenvolver nas nossas relações. Como estamos acomodados com o que somos, é o outro que nos ensina e nos liberta das nossas amarras e âncoras. Mas, para avançar, é preciso ser capaz de acolher aquele que não concorda comigo."


"Respeitar o time de futebol alheio é uma maneira soberba de ensinar a respeitar e a acolher as ideias, as posições e as perspectivas do outro."


"A divergência é admissível, e até desejável, mas ela nunca pode conduzir à anulação do outro, daquele que pensa diferente de você."


"... paz não é ausência de conflito ou inexistência de desacertos, e sim a capacidade de administrar as turbulências sem se perder."


"... pedras são apenas pedras, umas grandes, outras menores. São obstáculos a serem contornados. O que não pode acontecer é que as pedras se tornem barreiras. Pedras são fronteiras: elas demarcam um território de risco, mas não indicam impossibilidade."


"Gosto mesmo da ideia de amar o amor - a capacidade de guardar aquilo que me faz bem."


"Obedecer ao coração não é ser dominado pelo coração, não é excluir a razão. Obedecer ao coração é agir em equilíbrio, numa parceria, entre o coração e a razão. Para mim, o equilíbrio ideal é aquele da bicicleta, o equilíbrio que só existe quando se está em movimento."


"Para mim, equilíbrio não é um ponto estático entre dois opostos, não é estar no meio. É ir aos extremos e não se perder, seja na ciência, na religião, na política, nos experimentos, no erótico. É ser capaz de vivenciar os múltiplos territórios da vida sem neles se ancorar."


"Excesso de oferta muitas vezes é incapacidade de escolha. Quem transa com quem quer quando quer não é um libertário, e sim uma pessoa com sentimentos caóticos em relação às suas escolhas."


"Aquele que leva uma vida não crítica, ou sem critérios, não tem rumo, é um alienado. 
Por isso, o equilíbrio não está em vivenciar tudo e qualquer coisa, mas em saber fazer escolhas..."


"Se tudo tem validade, até a apreciação do mundo fica afetada. Gostar de qualquer comida ou de qualquer pessoa denota que a noção de gosto está prejudicada. Gostar, ter afeto, desejar sem critério só demonstra ausência de capacidade de entendimento."


"Apegar-se é olhar o outro como um igual, que deve ser preservado, e não como um estranho, que pode ser descartado."


"Não dizem que a diferença entre um jovem e um idoso é que o jovem tem tempo, mas não tem projetos, e o idoso tem projetos, mas não tem tempo? Sem projetos, não se defende o futuro."


"... apego impede que se fira aquilo que se ama, pois ferir o que se ama é ferir a si mesmo."


"O amor conduz a graça. A paixão é o ponto de partida, o impulso para o amor. A paixão, porém, é desgraçada. Como não tem controle sobre sua força e seu movimento, ela produz beleza como um vulcão, mas na sequência vem a destruição."


"É impossível pensar o mundo da filosofia sem pensar o mundo dos livros, pois ele se dá basicamente no campo teórico."


"Karl Marx estava certo ao dizer que o capital destruiu a família."


"O autoconhecimento é um processo necessário e fundamental para a melhoria de si mesmo - um processo interminável, pois tudo o que acontece à nossa volta nos afeta e nos transforma."


"A complexidade incomoda a humanidade."


"... pois é preciso haver a ausência, a carência, para valorizar a percepção do presente."


"A felicidade, assim como o erótico, precisa de latência para repousar e renascer."


"As pessoas não abraçam uma religião para se sentirem mais sábias, e sim para se sentirem mais fortes. Por isso, é inútil discutir religião. Não porque não se possa - pode, pois ela é também um sistema de ideias -, mas porque ela é, sobretudo, um sistema de crenças e forças. Por isso, discutir religião nunca é um debate teórico, seja sobre ideologia ou princípios. Discutir religião é tentar afrontar o que dá sentido à vida do outro."


"Isso é felicidade: sentir-se vivo. Há pessoas que se sentem felizes ao acumular riquezas. Outras, ao zelar pela família. Outras ainda ao curtir seus livros e suas plantas."


"Vida é vibração."


"Viver em paz para morrer em paz! Viver em paz não é viver sem problemas, sem atribulações, sem tormentas. Viver em paz é viver com a clareza de estar fazendo o que precisa ser feito, ou seja, não apequenar a própria vida e nem a de outra pessoa, ou qualquer outra vida. Viver em paz é repartir amizade, lealdade, fraternidade, solidariedade, vitalidade.
Morrer em paz é poder ter-se livrado das tentações da futilidade de muitos propósitos, recusado a atração pela vacuidade de intenções e afastado a indecência de uma vida apequenada, infértil e desértica."





sexta-feira, 8 de setembro de 2017

"RUÍDO BRANCO", DON DELILLO - EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS



Considerado um dos 1001 livros para ler antes de morrer Ruído Branco é o oitavo romance de DeLillo.

Conta a história de um professor universitário que vive com a família no Meio-oeste americano, numa cidadezinha que é evacuada depois de um acidente industrial. À luz de desastres como o da Union Carbide na Índia, que matou mais de duas mil pessoas e feriu outras milhares (e que acabara de ocorrer quando o livro foi publicado), Ruído branco mantém seu sentido atual e aterrorizante."A grande particularidade de Ruído branco é sua compreensão e percepção da trilha sonora dos Estados Unidos. 

O ruído branco inclui o som sempre presente do tráfego da auto-estrada, um murmúrio remoto e constante que contorna nosso sono, como almas mortas balbuciando nas margens de um sonho.Não é tanto com o caráter que DeLillo se preocupa: seu tema é basicamente a cultura, a sobrevivência e a interdependência crescente entre o eu e a comunidade nacional e mundial. O homem viril diante dos elementos, o fora-da- lei, o super-herói, existem no mundo moderno apenas como mitos; somos os elementos da natureza, um povo tecnologicamente orientado que nem por isso deixa de estar preso na peneira da história. No que DeLillo escreve existe o suspense e uma inteligência que questiona, um sentido simultâneo do círculo que se amplia e da malha fina da rede." The New York Times Book Review



TRECHOS E FRASES:


" - Por que a gente não pode encarar a morte de modo inteligente? - perguntei
  - A resposta é óbvia.
  - É?
  - Ivan Ilitch gritou durante três dias. É o máximo de inteligência a que se pode aspirar. O próprio Tolstói lutava para entender. Morria de medo."


" - Nossa consciência da morte não torna a vida mais preciosa?
  - De que vale a sensação de que a vida é preciosa se ela se baseia no medo e na ansiedade?"


"É para isso que serve a tecnologia. Por um lado, ela cria o apetite da imortalidade. Por outro, ameaça destruir toda a Terra. A tecnologia é a lascívia afastada da natureza."


"O medo é antinatural. O relâmpago e o trovão são antinaturais. A dor, a morte, a realidade, tudo isso é antinatural. Não suportamos estas coisas tais como elas são. Sabemos demais. Por isso apelamos para a repressão, as concessões, os disfarces. É assim que sobrevivemos no Universo. Esta é a linguagem natural da espécie."


"A pessoa passa a vida toda se despedindo dos outros. Como é que ela se despede de si própria?"


"Pela primeira vez compreendi o que era a chuva. Sabia o que era o úmido. Compreendi a neuroquímica do meu cérebro, o significado dos sonhos (o refugo das premonições)."


"Grandes emoções inomináveis latejavam em meu peito. Eu sabia quem eu era na rede de significados."


"Eu enxergava além das palavras."


"Os que não creem precisam dos que creem. Eles precisam desesperadamente que haja alguém que creia."


"Nossa tarefa no mundo é acreditar em coisas que ninguém mais leva a sério."




sexta-feira, 9 de junho de 2017

"A RESISTÊNCIA", JULIÁN FUKS - EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS



“Meu irmão é adotado, mas não posso e não quero dizer que meu irmão é adotado.”, escreve, logo na primeira linha, Sebastián, narrador deste romance. Como em diversas obras que tematizam a Guerra Suja — o regime de terror inaugurado em 1976 na Argentina —, A resistência envereda pela memória pessoal e nacional.

Sebastién é o filho mais novo, e seu irmão adotado, o primogênito de um casal de psicanalistas argentinos que logo buscarão exílio no Brasil. Os pais conhecem bem as teorias sobre filhos adotados e biológicos (Winnicott, em especial), mas a vida é diferente da bibliografia especializada. Cabe então ao narrador o exame desse passado violento e a reescritura do enredo familiar. O resultado, uma prosa a um só tempo lírica e ensaística, lembra belos filmes platinos como O segredo dos seus olhos.



TRECHOS E FRASES:


"Que força tem o silêncio quando se estende muito além do incômodo imediato, muito além da mágoa."


"Ter um filho há de ser, sempre, um ato de resistência. Talvez a afirmação da continuidade da vida fosse apenas mais um modo de se opor à brutalidade do mundo."


"Mas há pesares que não sucumbem a argumentos, há dores que não se exageram. Há histórias que não se inventam à mesa, entre goles e garfadas,  entre papos quaisquer, histórias que recusam a proximidade com a leveza, que não se prestam à ruminação corriqueira, às frases diárias. Há casos que não habitam a superfície da memória e que, no entanto, não se deixam esquecer, não se deixam recalcar. No espaço de uma dor cabe todo o esquecimento, diz um verso sobre estas coisas incertas, mas os versos nem sempre acertam. Às vezes, no espaço de uma dor cabe apenas o silêncio. Não um silêncio feito da ausência das palavras: um silêncio que é a própria ausência."


"Nas páginas desse discurso conheci algo mais: a atrocidade de um regime que mata e que, além de matar, aniquila os que cercam suas vítimas imediatas, em círculos infinitos de outras vítima ignoradas, lutos obstruídos, histórias não contadas - a atrocidade de um regime que mata também a morte dos assassinados."


"É preciso aprender a resistir. Nem ir, nem ficar, aprender a resistir,"


"Um dia tudo é provisório."


"Como é imensurável o tempo da inação, o tempo da distância, o tempo do silêncio, como é diferente deste tempo do encontro, das vozes que se cruzam, dos rostos que se veem."





VÍDEO:


Booktrailer: "A resistência", de Julián Fuks pelo canal da Companhia das Letras.






quarta-feira, 24 de maio de 2017

"BONECAS RUSSAS", ELIANA CARDOSO - EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS



Desde pequena, Leda foi tímida e sonhadora. Adorava lendas e colecionava mitos. Tendo herdado o interesse, mas não o talento artístico da mãe, tornou-se dona de uma galeria de arte. Já Lola sempre foi decidida e mandona. Obcecada por teatro, escrevia e distribuía papéis entre as amigas para as pequenas produções que seriam apresentadas nos aniversários. Quando cresceu, virou jornalista. 'Bonecas russas' é a história de Lola e de Leda, mas é também a história de Francisca, mãe de Leda, que a abandonou quando criança e nunca conseguiu restabelecer uma relação saudável com a filha. É a história de Odete, mãe de Lola, que se envolveu em um escândalo acompanhado por toda a cidadezinha de interior em que morava. É a história de Rosália, irmã de Francisca, a tia solteira que acabaria por criar as duas meninas juntas. E é a história de Miranda, filha do primeiro casamento do marido de Leda, que cresceria e também se tornaria jornalista, como Lola. O resultado é um emaranhado de relações que nem sempre são sempre claras, ideais ou mesmo construtivas, mas que vão se desdobrando até a revelação dos mistérios que cada uma dessas seis mulheres pretendera guardar apenas para si. Em sua estreia na ficção, Eliane Cardoso cria uma narrativa inteligente, original e surpreendente, composta de múltiplas vozes, todas especiais à sua maneira.



TRECHOS E FRASES:



"A posição natural do homem é a de flutuar no lugar que lhe sobra no meio dos anjos e demônios. Dessa forma, extrapola a própria mediocridade aquele que, quando tenta agarrar o nada, se torna gigantesco. E quando avança rumo ao infinito, enxerga a própria insignificância e percebe que a menor distância é insuperável. No meio dos anjos e demônios, ele entende que sua vida é ínfima, desnecessária, passageira. Comparados ao infinito, oitenta anos ou oitocentos são o mesmo que nada. Do ponto de vista da eternidade já estamos mortos ao nascer."


"O homem planeja seus passos e o diabo os embaralha."


"... felicidade é isso: aquele momento em que o tempo para. Quando acontece, me encanto."


"Vai. Mas verás que a saudade é como erva daninha. Arrancas. E ela brota de volta."


"Minhas alegrias e tristezas pertencem a esse mundo."


"... os alicerces dos nossos amores se compõem de antipatias: sem algo para odiar, faltaria a mola que impulsiona a paixão. " Sem paixão, a vida se transforma numa poça d'água estagnada"... "Como a réstia de luz precisa da escuridão, só a maldade torna possível a ternura.""


"Veja como a sociedade se comporta. Transforma a religião em fanatismo e o patriotismo em guerra. Qualquer pretexto nos basta para tentar estraçalhar o vizinho. O patriotismo nos faz amar os brasileiros? Não. Exige apenas o ódio a americanos e argentinos. O amor à virtude desperta o desejo de corrigir suas próprias faltas? Não. Apenas alimenta sua indignação contra o vício alheio."


"Cada um, e mais ninguém, sabe quem é o seu Shakespeare ou o Tiziano que lhe ilumina a alma."



sexta-feira, 21 de abril de 2017

"SYBIL", FLORA RHETA SCHREIDER - EDITORA CÍRCULO DO LIVRO



Sybil é um livro escrito pela jornalista estadunidense Flora Rheta Schreiber e publicado em 1973, a história de uma mulher (identificada anos depois como Shirley Ardell Mason), que sofria de transtorno dissociativo de identidade e teve 16 personalidades diferentes.

Um livro forte, uma leitura intensa com algumas passagens difíceis de serem lidas pela intensidade das situações vividas pela personagem. Uma história comovente e que pode ser de grande interesse para quem tem curiosidade sobre assuntos de psicologia, psicanálise e transtornos mentais.

Sybil é a história da psicanálise das dezesseis personalidades de Sybil, levada a efeito durante onze anos e a única psicanálise de uma personalidade múltipla até então realizada. Esta narrativa vigorosa e absorvente acompanha o desenrolar estranho e angustioso da história das muitas facetas de Sybil - envolvendo a reconstituição dos primeiros e chocantes anos de sua vida, até a integração das muitas personalidades numa única. Baseado em horas de conversa com as principais personagens, em notas feitas pela Dra. Wilbur, durante a análise, em diários e ensaios de Sybil, em gravação das pretensas personalidades verdadeiras e na acareação com cada uma das dezesseis personalidades de Sybil. Este livro conta a história da luta desesperada de uma mulher que quer voltar a ser uma só.




TRECHOS E FRASES:


"A vida tem tanta dor que a gente precisa fazer uma catarse. Não quero, com isto, dizer que seja uma fuga. A gente não consegue fugir da realidade por meio dos livros. Pelo contrário, eles ajudam a perceber com mais amplitude o que a gente realmente é. Mon Dieu, graças a Deus que os tenho. Quando me acho numa situação em que não gostaria de estar - devido às circunstâncias peculiares da minha vida -, então tenho esta saída. A senhora pode me julgar trés supérieure, mas, na realidade, eu não sou; sou exatamente aquilo que sou, e vivo a vida da maneira como quero."






FILME:




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

"A VIDA NÃO É JUSTA"; ANDRÉA PACHÁ - EDITORA INTRÍNSECA


Nos quase vinte anos à frente de uma Vara de Família, Andréa Pachá — a partir da observação dos conflitos dos tribunais e da necessidade de compreender o fenômeno que levava os casais, muitas vezes, ao limite do ódio e da intolerância — resolveu contar histórias capazes de traduzir nossa dificuldade para lidar com o desamparo e com as frustrações. O resultado foi A vida não é justa, originalmente publicado em 2012, que, relançado agora pela Intrínseca, conta com nova capa e novo projeto gráfico, além de apresentação da autora contextualizando a obra.

Ao narrar casos de separações, guarda dos filhos, partilhas de bens, paternidade, histórias de amor, reencontros e desencontros, a obra explora situações em que é difícil definir o responsável: o que sentem os casais que testemunham, impotentes, o fim da pró pria relação; como partilhar os bens quando não há mais amor para ser dividido; é possível tentar mais uma vez depois que a confiança, antes tão firme, parece escorrer por entre os dedos?



TRECHOS E FRASES:


"O amor nunca acaba de uma hora para outra. Vai gastando, lentamente, no tempo arbitrário da vida."


"A vida tem múltiplos caminhos e diversas possibilidades. O ritual do luto era necessário para seguir adiante."


"A vida nunca é um porto seguro..."


"... reflexo de uma geração forjada no espetáculo e no consumo e também rasa nas manifestações de afeto, desprovida de densidade."


"Aprendeu, então, a sofrer sozinha e resignada."


"Perguntava em silêncio. Respondia em silêncio. Concluía em silêncio. Esquecera que é dos silêncios profundos que se alimenta a angústia."


"Pior do que o estado da vítima é o julgamento fácil das pessoas próximas. Mesmo sem intenção, elas acabam por transferir para o deprimido a culpa pela doença, como se, num processo depressivo, alguém fosse capaz de reagir e mudar o rumo da vida. Como se, ao entrar naquele buraco escuro e sem fim, a pessoa o tivesse feito por vontade própria. Deve ser a dificuldade de olhar nos olhos da tristeza. Ninguém tem o direito de fazer o outro infeliz com suas angústias, principalmente numa sociedade que tenta blindar qualquer contrariedade, limitação ou dor."


"E porque a vida é o que se escolhe e não o que deveria ter sido feito."


"O afeto é definitivo. A saudade, diária. O agradecimento, eterno."


"Sempre tive um olhar superlativo para enxergar o cotidiano. Comprar um pão, abastecer o carro, andar de táxi, tudo se transformava em história diante de uma retina viciada em romancear a realidade."


"Toda dor sepultada no silêncio cria raízes profundas. Ainda que permaneça embaixo da terra durante algum tempo, um dia, de repente, brota devastando a superfície ao redor."


"E porque a vida não é justa e muitas vezes interrompe, num ponto final arbitrário, a estrada antes do fim..."



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

"EXTRAORDINÁRIO", J.R. PALACIO - EDITORA INTRÍNSECA



August Pullman, o Auggie, nasceu com uma sindrome genetica cuja sequela e uma severa deformidade facial, que lhe impos diversas cirurgias e complicacoes medicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade... ate agora. Todo mundo sabe que e dificil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tao diferente. Prestes a comecar o quinto ano em um colegio particular de Nova York, Auggie tem uma missao nada facil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparencia incomum, ele e um menino igual a todos os outros.

R. J. Palacio criou uma historia edificante, repleta de amor e esperança, em que um grupo de pessoas luta para espalhar compaixão, aceitação e gentileza. Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade um impacto forte, comovente e, sem duvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo o tipo de leitor.




TRECHOS E FRASES:




"A COR PÚRPURA", ALICE WALKER - EDITORA JOSÉ OLYMPIO



Considerado um dos 1001 livros para ler antes de morrer. Vencedor do Prêmio Pulitzer em 1983 e inspiração para a obra-prima cinematográfica homônima dirigida por Steven Spielberg, o romance A cor púrpura retrata a dura vida de Celie, uma mulher negra no sul dos Estados Unidos da primeira metade do século XX. Pobre e praticamente analfabeta, Celie foi abusada, física e psicologicamente, desde a infância pelo padrasto e depois pelo marido. Um universo delicado, no entanto, é construído a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor, sobretudo com a inesquecível Shug Avery. Apesar da dramaticidade de seu enredo, A cor púrpura se mostra muito atual e nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder, em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gêneros, etnias e classes sociais.

Alice Walker foi a primeira mulher afro-americana a ganhar o prêmio Pulitzer, com a obra A cor púrpura.



TRECHOS E FRASES:


"Só o céu acima das nossas cabeças é o que temos em comum. Eu olho muitas vezes para ele como se, de alguma maneira, refletida na sua imensidão, um dia eu me encontrarei olhando nos seus olhos. Os seus queridos, grandes, límpidos e lindos olhos."





VÍDEO:


UMA CONVERSA COM ALICE WALKER NO CANAL IMAGEM DA PALAVRA (PARTE 1 E 2) / NOVEMBRO 2012.







quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

"ESTRAGOS", FERNANDA YOUNG - EDITORA GLOBO LIVROS



Estragos reúne as primeiras aventuras literárias de Fernanda Young, do período entre 1987 e 1995, quando ela tinha entre dezesseis e vinte e cinco anos de idade. Pela primeira vez publicados, os dezoito contos deste livro revelam a personalidade de uma jovem buscando seu estilo, um prenúncio do trabalho que viria a desenvolver nos anos seguintes, em seus mais de dez livros publicados.



TRECHOS E FRASES:


"Entendi, com o tempo, que é a minha inadequação à realidade que me leva a criar. Escrever é o resultado de uma necessidade de consertar o meu entorno."


"A única coisa que admito ser, afora mãe, é escritora. Eu sempre fui escritora porque a realidade era - é - por demais terrível para mim."


"A insistência vencia o cansaço. A persistência corrompia a lucidez..."






VÍDEO: 


UM POUCO DE FERNANDA YOUNG NO PROGRAMA PROVOCAÇÕES / MAIO 2016.




sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

"PARA PODER VIVER", YEONNI PARK - EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS


Leitura que recomendo muitíssimo, uma biografia de grande sensibilidade e com grandiosas lições de vida, de força e de amadurecimento.

Em narrativa memorável, uma jovem norte-coreana conta como escapou de uma das mais sanguinárias ditaduras do planeta.

Yeonmi Park não sonhava com a liberdade quando abandonou a Coreia do Norte. Mas sabia que fugir era a única maneira de sobreviver à fome, às doenças e ao governo repressor. Este livro é a história da luta de Park pela vida. O leitor acompanha sua infância no país mais sombrio do mundo. Em seguida, testemunha sua fuga, aos treze anos, pelo submundo chinês de traficantes e contrabandistas. 

Emociona-se com seu périplo pela China através do deserto de Gobi até a Mongólia, guiada pelas estrelas, em direção à Coreia do Sul. Vibra com seu papel como ativista pelos direitos humanos. Antes dos 21 anos, Yeonmi acumulou experiência suficiente para encantar todas as gerações de leitores neste livro memorável.



Trechos e Frases:


"Uma vez em casa, tudo que eu fazia era ler. Eu respirava livros como outras pessoas inalam oxigênio. Eu não lia somente para ter conhecimento ou por prazer. Eu lia para viver."


"Eu lia para encher minha mente e bloquear as lembranças ruins. Mas descobri que quanto mais eu lia, mais profundos ficavam meus pensamentos; minha visão se ampliava e minhas emoções ficavam menos rasas."