Coisas que ninguém sabe. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2013. Título original: 'Cose Che nessuno sa.'
Este é o segundo livro do autor italiano Alessandro D’Avenia publicado no Brasil. O autor escreve para adolescentes, mas sua narrativa vai além, pois o autor escreve de forma poética e erudita. Seus romances são repletos de frases e referências literárias.
Trechos e Frases:
"As lágrimas não se distinguem, e a vida é tão tenra
que se dissolve como cera ao fogo, que descasca a menina para descobrir a
mulher."
"A beleza nasce dos limites, sempre."
"Mas a ele bastava inventar as histórias escondidas
daqueles personagens, que, no coração da noite, se descolavam das folhas de
papel: o gnomo guloso devorava todas as cerejas, enquanto o dragão que cuspia
fogo se apaixonava perdidamente pela borboleta."
"Quem conhece a dor reproduz-lhe o eco por toda a vida,
como as conchas fazem com o mar."
"Parecia um dom Quixote moderno em seu Rocinante de
ferro, mas, em seus olhos, não se vislumbrava loucura, apenas o olhar
transparente de quem vê espetáculos não percebidos por olhos que se fecham no
limiar das coisas."
"Acreditava nos livros com a fé que se tem em uma
religião, encontrava mais realidade entre as linhas que nas ruas, ou talvez
tivesse medo de tocar a realidade diretamente, sem o escudo de um livro.”
"O mercado dos ignorantes é como o dos mortos: não
diminui."
"Demorou a adormecer. Perguntava-se por que o amor, tão
simples em poesia, é tão difícil e arriscado na vida."
"Somente quem lê e escuta histórias encontra a
sua."
"A solidão o estimulava e ele a degustava entre
espirais de fumaça. No lugar da pele, tinha uma couraça de ferro. Sua pele
havia desaparecido havia muito, em uma noite sem tempo, como aquela em que o
Pequeno Polegar é deixado no bosque e precisa encontrar sozinho a estrada. E a
encontra tornando-se mais esperto e mais forte que a noite. O segredo para
vencer a noite é tornar a própria pele e o coração mais duros que ela."
"Como um marinheiro sob o manto noturno do céu, imergiu
naqueles olhos... tempo suficiente para um poeta receber inspiração."
"Os deuses dão só o primeiro verso, depois a tarefa dos
poetas é estar à altura nos seguintes, e assim é o amor: acontece como um dom
do céu e depois o testemunho passa a nós, pedindo-nos a coragem e o afã de
deixá-lo acontecer, sem medo de nossa inadequação."
"Amor é aquilo que escraviza os livres e liberta os
escravos."
"Até a lampadazinha que brilhava na penumbra do quarto, iluminando as linhas de um livro, parecia a lembrança ancestral de noites de fogos, estrelas e narrativas."
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