Bonsai é a história de um amor, o de Julio e Emilia, e é a história do fim deste amor. É também uma história sobre a consciência do fim. E não apenas para Emilia e Julio, “jovens tristes que leem romances juntos, que acordam com livros perdidos entre as cobertas”, mas para nós, leitores, que na primeira linha desta história falsamente simples recebemos a notícia: “No final ela morre e ele fica sozinho”. Romance de estreia do chileno Alejandro Zambra (1975), Bonsai coloca em cena dois estudantes de Letras, suas leituras, encontros e desencontros. Com cortes precisos e apurado sentido formal, Zambra – eleito pela revista britânica Granta como um dos vinte e dois melhores jovens escritores hispanoamericanos – faz a trama avançar como se cultivasse um bonsai. Traduzido em dez países, entre eles França, Itália, China, Israel, Estados Unidos e Japão, Bonsai ganhou o Prêmio da Crítica e o Prêmio do Conselho Nacional do Livro como melhor romance de 2006 em seu país.
(Sinopse retirada http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/11550/Bonsai.aspx)
Trechos e frases:
"Julio fugia dos relacionamentos sérios, não se escondia das mulheres, mas da seriedade, pois sabia que a seriedade era tanto ou mais perigosa que as mulheres. Julio sabia que estava condenado à seriedade, e tentava, obstinadamente, torcer seu destino sério, passar o tempo na estoica espera daquele espantoso e inevitável dia em que a seriedade chegaria para se instalar para sempre na sua vida."
"Esta é a história de dois estudante devotados à verdade, a dispensar frases que parecem verdadeiras, a fumar cigarros eternos e a se fechar na violenta complacência dos que se creem melhores, mais puros do que o resto, do que esse imenso e desprezível grupo que chamam de o resto."
"Qual o sentido de ficar com alguém se essa pessoa não muda a sua vida?"
"E eu continuo sendo do avesso, sempre fui do avesso, e agora quem sabe eu lhe conte que em Madri fiquei ainda mais do avesso, completamente do avesso."
"Quando eu era jovem eu me sentia em desvantagem, e agora também. Ser velho também é uma desvantagem. Porque nós, os velhos, somos frágeis e não precisamos só dos agrados dos jovens, precisamos, no fundo, de seu sangue. Um velho precisa de muito sangue, escreva ou não escreva romances."
"Decidiram comprar um bonsai para simbolizar o amor imenso que os unia."
"Cuidar de um bonsai é como escrever, pensa Julio. Escrever é como cuidar de um bonsai..."
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