segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

"A VIDA NÃO É JUSTA"; ANDRÉA PACHÁ - EDITORA INTRÍNSECA


Nos quase vinte anos à frente de uma Vara de Família, Andréa Pachá — a partir da observação dos conflitos dos tribunais e da necessidade de compreender o fenômeno que levava os casais, muitas vezes, ao limite do ódio e da intolerância — resolveu contar histórias capazes de traduzir nossa dificuldade para lidar com o desamparo e com as frustrações. O resultado foi A vida não é justa, originalmente publicado em 2012, que, relançado agora pela Intrínseca, conta com nova capa e novo projeto gráfico, além de apresentação da autora contextualizando a obra.

Ao narrar casos de separações, guarda dos filhos, partilhas de bens, paternidade, histórias de amor, reencontros e desencontros, a obra explora situações em que é difícil definir o responsável: o que sentem os casais que testemunham, impotentes, o fim da pró pria relação; como partilhar os bens quando não há mais amor para ser dividido; é possível tentar mais uma vez depois que a confiança, antes tão firme, parece escorrer por entre os dedos?



TRECHOS E FRASES:


"O amor nunca acaba de uma hora para outra. Vai gastando, lentamente, no tempo arbitrário da vida."


"A vida tem múltiplos caminhos e diversas possibilidades. O ritual do luto era necessário para seguir adiante."


"A vida nunca é um porto seguro..."


"... reflexo de uma geração forjada no espetáculo e no consumo e também rasa nas manifestações de afeto, desprovida de densidade."


"Aprendeu, então, a sofrer sozinha e resignada."


"Perguntava em silêncio. Respondia em silêncio. Concluía em silêncio. Esquecera que é dos silêncios profundos que se alimenta a angústia."


"Pior do que o estado da vítima é o julgamento fácil das pessoas próximas. Mesmo sem intenção, elas acabam por transferir para o deprimido a culpa pela doença, como se, num processo depressivo, alguém fosse capaz de reagir e mudar o rumo da vida. Como se, ao entrar naquele buraco escuro e sem fim, a pessoa o tivesse feito por vontade própria. Deve ser a dificuldade de olhar nos olhos da tristeza. Ninguém tem o direito de fazer o outro infeliz com suas angústias, principalmente numa sociedade que tenta blindar qualquer contrariedade, limitação ou dor."


"E porque a vida é o que se escolhe e não o que deveria ter sido feito."


"O afeto é definitivo. A saudade, diária. O agradecimento, eterno."


"Sempre tive um olhar superlativo para enxergar o cotidiano. Comprar um pão, abastecer o carro, andar de táxi, tudo se transformava em história diante de uma retina viciada em romancear a realidade."


"Toda dor sepultada no silêncio cria raízes profundas. Ainda que permaneça embaixo da terra durante algum tempo, um dia, de repente, brota devastando a superfície ao redor."


"E porque a vida não é justa e muitas vezes interrompe, num ponto final arbitrário, a estrada antes do fim..."



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

"EXTRAORDINÁRIO", J.R. PALACIO - EDITORA INTRÍNSECA



August Pullman, o Auggie, nasceu com uma sindrome genetica cuja sequela e uma severa deformidade facial, que lhe impos diversas cirurgias e complicacoes medicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade... ate agora. Todo mundo sabe que e dificil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tao diferente. Prestes a comecar o quinto ano em um colegio particular de Nova York, Auggie tem uma missao nada facil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparencia incomum, ele e um menino igual a todos os outros.

R. J. Palacio criou uma historia edificante, repleta de amor e esperança, em que um grupo de pessoas luta para espalhar compaixão, aceitação e gentileza. Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade um impacto forte, comovente e, sem duvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo o tipo de leitor.




TRECHOS E FRASES:




"A COR PÚRPURA", ALICE WALKER - EDITORA JOSÉ OLYMPIO



Considerado um dos 1001 livros para ler antes de morrer. Vencedor do Prêmio Pulitzer em 1983 e inspiração para a obra-prima cinematográfica homônima dirigida por Steven Spielberg, o romance A cor púrpura retrata a dura vida de Celie, uma mulher negra no sul dos Estados Unidos da primeira metade do século XX. Pobre e praticamente analfabeta, Celie foi abusada, física e psicologicamente, desde a infância pelo padrasto e depois pelo marido. Um universo delicado, no entanto, é construído a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor, sobretudo com a inesquecível Shug Avery. Apesar da dramaticidade de seu enredo, A cor púrpura se mostra muito atual e nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder, em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gêneros, etnias e classes sociais.

Alice Walker foi a primeira mulher afro-americana a ganhar o prêmio Pulitzer, com a obra A cor púrpura.



TRECHOS E FRASES:


"Só o céu acima das nossas cabeças é o que temos em comum. Eu olho muitas vezes para ele como se, de alguma maneira, refletida na sua imensidão, um dia eu me encontrarei olhando nos seus olhos. Os seus queridos, grandes, límpidos e lindos olhos."





VÍDEO:


UMA CONVERSA COM ALICE WALKER NO CANAL IMAGEM DA PALAVRA (PARTE 1 E 2) / NOVEMBRO 2012.







quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

"ESTRAGOS", FERNANDA YOUNG - EDITORA GLOBO LIVROS



Estragos reúne as primeiras aventuras literárias de Fernanda Young, do período entre 1987 e 1995, quando ela tinha entre dezesseis e vinte e cinco anos de idade. Pela primeira vez publicados, os dezoito contos deste livro revelam a personalidade de uma jovem buscando seu estilo, um prenúncio do trabalho que viria a desenvolver nos anos seguintes, em seus mais de dez livros publicados.



TRECHOS E FRASES:


"Entendi, com o tempo, que é a minha inadequação à realidade que me leva a criar. Escrever é o resultado de uma necessidade de consertar o meu entorno."


"A única coisa que admito ser, afora mãe, é escritora. Eu sempre fui escritora porque a realidade era - é - por demais terrível para mim."


"A insistência vencia o cansaço. A persistência corrompia a lucidez..."






VÍDEO: 


UM POUCO DE FERNANDA YOUNG NO PROGRAMA PROVOCAÇÕES / MAIO 2016.