Único romance da poeta americana Sylvia Plath lançado semanas antes de sua morte, o livro é repleto de referências autobiográficas. A narrativa é inspirada nos acontecimentos do verão de 1952, quando Silvia Plath tentou o suicídio e foi internada em uma clínica psiquiátrica.
Assim como a protagonista, Esther Greenwood, a autora foi uma estudante com um histórico exemplar que sofreu uma grave depressão.
Mais que um relato sobre problemas mentais, A redoma de vidro é uma narrativa singular acerca das dores do amadurecimento.
Trechos e Frases:
"Imagino que eu deveria estar entusiasmada como a maioria das outras garotas, mas eu não conseguia me comover com nada. (Me sentia muito calma e muito vazia, do jeito que o olho de um tornado deve se sentir, movendo-se pacatamente em meio ao turbilhão que o rodeia.)"
"O silêncio me deprimia. Não era o silêncio do silêncio. Era o meu próprio silêncio."
"Deve haver um bocado de coisas que um banho quente não cura, mas não conheço muitas delas. Sempre que fico triste pensando que um dia vou morrer, ou perco o sono de tão nervosa, ou estou apaixonada por alguém que não verei por uma semana, me deixo sofrer até certo ponto e então digo: "vou tomar um banho quente"."
"Você nunca se decepciona quando não espera nada de alguém."
"Me sentia inerte, vazia, repleta de sonhos despedaçados."
"Mantive os olhos abertos quando ele me beijou, tentando memorizar os intervalos entre as luzes das casas. Não queria esquecer daquilo nunca mais."
"Não teria feito a menor diferença se ela tivesse me dado uma passagem para a Europa ou um cruzeiro ao redor do mundo, porque onde quer que eu estivesse - fosse o convés de um navio, um café parisiense ou Bangcoc -, estaria sempre sob a mesma redoma de vidro, sendo lentamente cozida em meu próprio ar viciado."
"... muitas pessoas me tratariam com certa distância ou me evitariam, como se eu fosse uma leprosa."
"Para a pessoa dentro da redoma de vidro, vazia e imóvel como um bebê morto, o mundo inteiro é um sonho ruim."
"Mas eu não tinha certeza. Eu não tinha certeza de nada. Como eu poderia saber se um dia - na faculdade, na Europa, em algum lugar, em qualquer lugar - a redoma de vidro não desceria novamente sobre mim, com suas distorções sufocantes?"
"Devia haver um ritual para quem nasce pela segunda vez - remendada, recauchutada, pronta para pegar a estrada novamente."