segunda-feira, 11 de agosto de 2014

"PRÍNCIPE SOMBRIO", CHRISTINE FEEHAN - ED. UNIVERSO DOS LIVROS


Este é o primeiro livro da série ‘Os Cárpatos’, da escritora americana Christine Feehan.
A série nos apresenta uma raça muito poderosa e antiga, que são Os Cárpatos. Eles são dotados de muitas capacidades e vivem há milhares de anos, mas encontram-se a beira da extinção.
Houve poucas crianças nascidas deles nos últimos séculos, e aqueles que foram nascidos são todos do sexo masculino e muitas vezes morrem no primeiro ano. Tem sido mais de 500 anos desde que uma fêmea tenha nascido. Na ausência de seus homólogos do sexo feminino, também conhecido como "companheiros", homens dos Cárpatos perdem a capacidade de sentir emoções e ver em cores. O único sentimento que lhes resta é a emoção de fazer uma matança. Uma vez que um homem fez isso, ele perde sua alma e "vira", tornando-se o monstro da lenda humana, o vampiro ou o "morto-vivo". Com tão poucas mulheres à esquerda, os homens são forçados a fazer uma escolha difícil: ou se tornar vampiro ou "o amanhecer" (ou seja, cometer o suicídio). No entanto, quando o fazem encontrar uma companheira, a capacidade de ver em cores e suas emoções são restauradas para eles, e suas almas são salvas.

Nesse primeiro livro vamos conhecer Mikhail Dubrinksy, que é o Príncipe dos Cárpatos. Tomado pelo desespero, com medo de nunca encontrar a companheira que iria salvá-lo da escuridão, a alma de Dubrinksy gritava na solidão. Até o dia em que uma bela voz, cheia de luz e amor, chegou a ele, atenuando sua dor e seu anseio.
Raven Whitney possui poderes telepáticos e os utiliza na captura dos mais depravados serial- killers. Desde o momento que se conheceram, Raven e Mikhail foram incapazes de resistir ao desejo que faiscava entre eles. Mas como o príncipe dos Cárpatos poderia trazer Raven para seu mundo sem extinguir as cores que a embelezam?
O livro nos traz muito suspense e erotismo, aos leitores que gostam desse conjunto, essa é uma ótima dica de série.
Apesar de não ser meu tipo de livro predileto, apreciei muito a maneira com que a autora o escreveu. Fica a dica!



Trechos e frases:



"O corpo dela desejava, tinha fome dele."

"Era como um sonho deslumbrante, como se eles estivessem flutuando com a névoa fina, como se fizessem parte da noite."

"Ela podia ouvir o coração dos dois batendo ao mesmo tempo, o sangue dele, o seu próprio."

"Havia uma marca implacável nas feições sombrias, uma abertura impiedosa na boca, e uma fome ardente na profundidade dos olhos dele."

"-Eu ofereço minha proteção a você. Ofereço minha fidelidade. Ofereço minha mente. Meu coração. Minha alma. Ofereço meu corpo. Eu guardarei comigo aquilo que é seu. Sua vida será adorada por mim para sempre. Sua vida será colocada acima da minha para sempre. Você é minha companheira. Você está ligada a mim para toda eternidade. Você estará sempre sob o meu cuidado."

"O prazer intenso bloqueou a realidade por um longo tempo."

"Depois de esperar várias vidas por aquela mulher, não a queria com mais ninguém."

"Ele a estava deixando sem fôlego com aquela exploração distraída e prazerosa de seu corpo. Era mais do que físico, ela o sentia dentro de si, admirando-a, mesmo quando queria forçá-la e aceitar sua vontade. Ela o sentia em seu corpo, afagando a mente, acariciando o coração dela. Sentia os sentimentos dele por ela crescendo e aumentando até que o consumissem."

“Enquanto pensava na voz dele, os pesadelos recuaram.”

“Se ela fosse minha, eu a manteria tão perto que nada nunca teria a chance de feri-la.”
“Raven gostava da sensação leve das folhas sob os pés enquanto eles andavam pela floresta. Ela levantou o rosto para sentir o vento, inspirou profundamente para absorver cada segredo que a brisa podia carregar e divulgar. Cada inseto, cada sussurro nos arbustos, cada movimento de um galho, iluminava o terrível medo em seu coração e afastava as horríveis memórias mais um pouco.”

“Eu tive uma escolha em cada etapa do caminho, desde o nosso primeiro encontro. Eu escolhi você. Claramente, no meu coração e na minha cabeça, eu escolhi você. Se eu tivesse que fazer tudo de novo, mesmo sabendo o que eu teria de enfrentar, eu escolheria você sem hesitar."



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"O TEMPO É UM RIO QUE CORRE", LYA LUFT - ED. RECORD



Ao mesclar memória e reflexões sobre a passagem do tempo, Lya Luft cria um pungente ensaio sobre as relações humanas, a infância, a juventude, o amadurecimento, a morte e o valor da vida.

O livro é divido em três partes — Águas mansas, Marés altas e A embocadura do rio, assemelhando o rio a passagem do tempo nas diferentes etapas das nossas vidas.

A escritora é sempre muito profunda nos seus pensamentos e textos, com isso o livro nos remete a muitas situações, algumas mais leves, mas em alguns momentos um tanto tocantes.

Como em toda sua obra Lya é um exemplo clássico da Literatura, aquela literatura que te faz usar o raciocínio para ter uma compreensão melhor e mais proveitosa da leitura.




Trechos e frases:


"O tempo transforma, a memória preserva, a morte ao fim absorve. (Ou devo escrever "absolve"?"


"Porque a memória é a guardiã da vida. E porque nesse reino do pensamento mágico, num mundo ainda informe, se prende a raiz do destino. É quando o tempo quase não existe: existe uma forma nebulosa de viver entre sonho e realidade, que depois quase todos perdemos. (Exceto os artistas e os loucos.)"


"- O tempo está sempre passando, é como água de um rio, a cada instante tudo muda. Até a gente não é a mesma pessoa de um segundo atrás."


"Cúmplices de nós mesmos nesse solitário brinquedo de existir, alternamos trabalho duro com euforia cintilante, desejo de se ocultar atrás de fantasias e o ímpeto de arrancar as máscaras e finalmente ser."


"(Antes de lhe darmos nome tudo se chama: enigma.)"


"Memórias e sonho porém resistem como ilhas no meio do rio."


"Pensava no significado da natureza, do vento, da chuva, do silêncio das noites numa cidade pequena em que depois de certa hora tudo adormecia menos eu, menos eu? Lá fora todas as coisas conhecidas, pessoas, árvores, casas, estavam agora afogadas num vasto tinteiro, noite sem estrelas, ruazinha sem iluminação, e no inverno nem ao menos vaga-lumes. (Era o Nada que queria me devorar.)"


"Não é preciso ter uma alma juvenil na maturidade ou na velhice, mas uma faísca de alegria, uma brecha para imaginação, vontade de dançar sem música. Isso vale mais do que todos os recursos da estética, da medicina, da psicologia, das mais belas viagens, e mesmo dos mais tocantes afetos."


"(Dores de crescimento furam os ossos da alma.)"


"Viver é estar num campo de batalha, as metralhadoras disparando o tempo todo. Atingem desconhecidos, ou alguém bem longe, mais próximo, ou no nosso lado. Um dia os atingidos seremos nós."


"Quanto mais dividida nesses cuidados, mais inteira fica a nossa vida. E o tempo de despedir, de deixar que se vá para viver seu tempo, esse filho, essa filha: essa dádiva que o tempo não faz empalidecer mas perdura quando quase todo o resto se esvai. 
Porque tudo se vai e se transforma, eventualmente nos damos conta da importância máxima das coisas mínimas. É como escutar, num segundo de vigília no meio do sono, a respiração do mar."


"Não é fácil botar a cabeça para fora da montanha de compromissos importantes ou fúteis, analisar-se, descobrir-se e tomar decisões - ainda que sejam para melhorar a vida, a nossa e a dos que convivem conosco. A ilusão pode ser mais confortável, mas a verdade é mais simples, só não sabemos que verdade é essa."


"Uma distração qualquer, e a mão que se estende chega tarde, o pulso já fora cortado; por um fio, por um minuto, o avião havia partido, o telefone estva fora do gancho. Foi egoísmo nosso, futilidade, aridez? Descartamos o que não faz parte do nosso mundo. Porque somos perversos?
Porque somos humanos.
(Pensar dói.)"


"Dissabores fazem parte. (Maior devia ser a celebração da vida.)"


"O afeto pode ser maior do que o esquecimento."


"O tempo faz florescer paixões que fenecem logo adiante; ou transfigura um amor intenso na generosa árvore de uma longa boa relação. Mais uma vez, as contradições do tempo são as nossas: ele mata, ou eterniza, e para sempre estará conosco aquele cheiro, aquele toque, aquele vazio, aquela plenitude, aquele segredo."


""O tempo?", disse um personagem meu: "precisamos fazer dele nosso animal de estimação, ou ele nos devora.""


"(Amadurecer devia ser refinar-se.)"


"(Todo encontro especial é uma primeira vez.)"


"Viver é sentir a transformação do encanto esplêndido da juventude na potente força da maturidade, e depois na beleza peculiar da velhice."


"A vida é uma casa que construímos com as próprias mãos, criando calos, esfolando os joelhos, respirando poeira. Levantamos alicerces, paredes, aberturas e telhado. Podem ser janelas amplas para enxergar o mundo, ou estreitas para nos isolarmos dele. Pode haver jardins, pátio, por pequenos que sejam, com flores, com balanços, para a alegria; ou só com lajes frias, para melancolia.
Vendavais e terremotos abalam qualquer estrutura, mas ainda estaremos nela, e ainda poderemos consertar o que se desarrumou."


"..., melhor ter rugas de riso do que cara feito máscara de gesso."


"Se estamos num barco, é bom escutar as águas, apreciar as margens, tentar enxergar o porto de chegada: não com ânimo sombrio, mas como quem, em plena viagem, avalia o próximo cais e tenta se abrir para o novo que ali nos aguarda."


"Tudo que pareço inventar eu vivi, senti, seja em mim mesma, seja nos personagens criados pela minha fantasia ou nascidos do meu inconsciente - seja na observação de tantos anos das pessoas e das coisas, humanas, sociais, culturais. Estão também em todos os livros lidos, os filmes assistidos, as reportagens vistas, e nessas entrelinhas singulares mas reais de quem contempla mais do que corre ou se agita, por natureza e profissão."


"A cada dia, mesmo sem saber, e sem querer, estamos nos criando. Ninguém pode nos dizer que será fácil. O fácil pode ser desinteressante, e merecemos ao menos alguma vez fazer, querer, ser, o interessante, o audacioso, apesar dessa incrível sensação de fragilidade que nos acompanha."


"Não importa em que acredito. Importa que eu acredite mais na vida que na morte, mais na presença que na ausência: é o melhor que posso fazer por esses que, sem os perder, perdi."


"A morte pode ser o barco atracando em areias macias, ou o rio desaguando num oceano acolhedor. Como ninguém me prova o contrário, gosto de pensar assim."


"É preciso enfrentar isso que não controlamos, mas que não precisa nos destruir: a vida inevitavelmente fluindo. Pois nós também somos isso."





PRESENTE ESPECIAL


E diretamente da Itália chega o meu exemplar tão esperado do livro "Coisas Que Ninguém Sabe", do autor Alessandro D'Avenia.


"Acreditava nos livros com a fé que se tem em uma religião, encontrava mais realidade entre as linhas que nas ruas, ou talvez tivesse medo de tocar a realidade diretamente, sem o escudo de um livro.” 
(Frase retirada do livro)

* Abaixo segue a foto da edição brasileira pela Editora Bertrand Brasil e do meu novo encanto pela Editora Mondadori.